Este ano, dia 31 de dezembro, completarão exatos 37 anos do meu nascimento. Minha mãe conta que numa segunda-feira, véspera de ano novo e década nova, estava ela em plena atividade de parto. Às 12h25 nasci para “almoçar”, para celebrar a vida, festejar a virada!
Naquele dia, quem refletia Senhas Diárias leram o texto de Tiago 4.15: “Ao invés disso, deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo’.”
O Senhor quis e eu vivi, vivo, fiz e faço muitas coisas! A vida é um presente Divino.
Não sinto que estou envelhecendo. Cortella diz que “velho fica televisor, geladeira, computador, mas gente nasce não pronto e vai se fazendo”. Então prefiro dizer que estou em obras! Também posso dizer que estou voando como nunca. Conforme Rubem Alves “quem é rico em sonhos não envelhece nunca e morrerá em pleno vôo”.
Aos 36 anos tenho muitos sonhos. Mas não fico ostentando obstinadamente a realizar todos eles, viver assim é estar a um passo do cadafalso. Por isso, antes, prefiro dar atenção às minhas relações do cotidiano, elas são responsáveis em tornar a minha realidade mais bela. Quanto aos sonhos, continuo sonhando!
Em dezembro as pessoas gostam de fazer retrospectiva do ano, estou acostumado a fazer da vida. Mas aprendi a viver melhor fazendo retrospectiva do dia, da última hora, do último momento. Dessa forma, evitei acumular lixo, chegar no final do ano e não saber onde colocar entulho acumulado de 365 dias é no mínimo desesperador! Alguns tentam desfazer dando mergulho no mar, geralmente não dá certo. Quando se deixa o sol se pôr sobre o lixo a vida cheira mal e o futuro fétido.
Sim, celebrarei a vida todos os dias…
Celebrarei a vida caminhando, não importa se a estrada será plana ou sinuosa. Concordo com meu amigo Villy quando diz que o importante é que o Emanuel estará conosco, não importa a estrada. Desejo apenas que meu coração esteja organizado, assim poderei trilhar qualquer estrada.
Portanto, celebrarei a vida correndo. Quando corro, oro e expulso meus “demônios”. Faço do lago e das ruas da cidade meu quarto de oração; e vendo outras pessoas em realidades tão distintas digo: Pai nosso…
Em cada passo sinto a presença dEle, no movimento do corpo busco quietude para o coração, na exaustão física encontro o prazer existencial, no descanso a sombra do Altíssimo refrigera minha alma, o Espírito renova meu fôlego de vida e esperança, na sede Ele me oferece água da Vida, meus desejos são hidratados e encontro contentamento.
Por isso, celebrarei a vida sinalizando o Reino de Deus. Ao meu lado conto com uma comunidade de fé contagiante e acolhedora. Nela somos convidados a servir a Deus com excelência e aprendemos que o próximo deve ser visto em sua integridade.
Então, celebrarei a vida experimentando o céu, a vida eterna e abundante. Farei isso sempre que estiver na companhia dos amigos, ao rolar na grama com meus filhos, nos lábios de minha amada, nos encontros de família, ouvindo boa música, mergulhando em poesia… Sim, porque o meu céu tem muitas cores, tem barulho de gente e o chão não é de ouro, pois gosto de andar descalço na grama, o meu céu é incrivelmente simples!
Celebrarei a vida com gratidão! Refocilado, sigo para a alvorada do outro dia encarando a vida com mais leveza. Recuso-me encarar minha história como fatos determinados. Tenho a vida sob minha responsabilidade e desejo viver de maneira que todos os que passarem por meu horizonte de influência sinta que a vida é bonita, é muito bonita!
